Biografia de Eva Todor
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Eva Todor nasce em Budapeste, Hungria, em 19 de novembro de 1919. Aos 4 anos seu pai a matricula na Ópera Real. A família muda-se para o Brasil em 1929, e fixa-se em São Paulo, onde aos 8 anos começa a estudar balé e encanta a colônia húngara da cidade. Depois de Oduvaldo Vianna convidá-la para apresentar-se no Teatro Municipal, é contratada por Francisco Serrador para dançar em sessões de cinema, em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Quando seus pais se transferem para o Rio, continua o aprendizado de balé com Maria Olenewa, e se torna colega de Bibi Ferreira.
Desde sempre, contudo, na jovem bailarina pulsa o talento de atriz. Em teste na companhia de Dulcina de Morais é recusada pelo sotaque estrangeiro, característica que não a impede de atuar em burletas do Teatro Recreio, onde conhece o comediógrafo Luiz Iglézias, com quem se casa e desenvolve carreira em palco. Trabalha com todos os escritores de teatro ligeiro e torna-se sinônimo de casa cheia: seu maior sucesso nessa fase acontece com Feia, de Paulo Magalhães.
Quando monta sua companhia em 1940 – Eva e Seus Artistas – lança grandes nomes, como Oscarito, Jardel Filho, Jorge Dória e Elza Gomes. Por mais de vinte anos estabelece-se no Teatro Serrador, na Cinelândia, onde seu estilo de representação cria forte empatia com o público. Quando o Serrador entra em obras, parte com todos os 40 contratados para Portugal; lá cumpre turnê de três anos, sem qualquer tipo de apoio.
Em 1957 ingressa na televisão e estrela o primeiro seriado brasileiro, As Aventuras de Eva, criação de Iglézias, no ar pela TV Tupi carioca por quase três anos. Na década de 60, quando o Teatro Serrador sofre redução do número de lugares e perde o seu urdimento, ocupa os palcos do Teatro Copacabana e do Teatro Maison de France. Faz nova temporada em Portugal em 1961.
Em 1963 falece Iglezias. Dois anos depois, casa-se com o engenheiro químico e empresário Paulo Nolding, que passa a cuidar de sua carreira. Por sua orientação, aceita papéis femininos maduros e dramáticos, como em Senhora na Boca do Lixo, de Jorge Andrade. Em 1969 encena De Olho na Amélia, de Georges Feydeau, e emplaca outro sucesso.
O casamento com Nolding dura 25 anos, até o seu falecimento em 1977. Muito abalada, afasta-se do trabalho. Depois de um tempo, recebe convite de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, para retornar à televisão. É quando interpreta Kiki Blanche na novela Locomotivas, com grande popularidade na Globo, emissora em que permanece até hoje.
Em cinema atua pouco. Em Os Dois Ladrões (1960), de Carlos Manga e Cyll Farney, filme em que vive Madame Gaby ao lado de Oscarito e Jayme Costa, seu desempenho é muito elogiado. A cena em que se reflete em imaginário espelho, com Oscarito, é um clássico do cinema contemporâneo. Volta à tela grande em 2003 na produção Xuxa Abracadabra, dirigida por Moacyr Góes.
Atualmente, divide-se entre o apartamento no Flamengo e sua casa em Miguel Pereira, e prossegue carreira televisiva; recentemente foi vista na pele da personagem Miss Jane, da novela América, de Glória Perez.
Saiba mais sobre Eva Todor em:
SOUSA, Galante de. O Teatro no Brasil: Subsídios Para uma Bibliografia do Teatro no Brasil – Tomo II, Rio de Janeiro: MEC/INL, 1960. p.543-544.
ABREU, Brício de. Esses Populares tão Desconhecidos. Rio de Janeiro: E. Raposo Carneiro Ed., 1963. p.361-367.
KHOURY, Simon. Bastidores. Rio de Janeiro: Letras e Expressões, 2001 (Série Teatro Brasileiro) p.165-293.
REIS, Ângela de Castro. A Tradição Viva em Cena: Eva Todor na Companhia Eva e Seus Artistas. Tese de doutorado em teatro. Programa de Pós-graduação em Teatro, Centro de Letras e Artes, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, 2004.