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Trabalho de organização e pesquisa acerca das partituras das revistas de Manoel e Walter Pinto revela como eram as peças que faziam sucesso entre as décadas de 1920 e 1950

Braguinha, Ravel e Gershwin são alguns dos compositores das revistas de Walter Pinto, revelando o alto nível de sofisticação em seu repertório

Braguinha, Ravel e Gershwin são alguns dos compositores das revistas de Walter Pinto, revelando o alto nível de sofisticação em seu repertório

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Antes de iniciar o trabalho de organização e pesquisa do acervo musical de Manoel e Walter Pinto e consolidar o repertório de 99 revistas, a etnomusicóloga Rosa Maria Zamith não imaginava a grandiosidade do Teatro de Revista produzido no Rio de Janeiro, entre as décadas de 1920 e 1950. Foi manuseando as peças, algumas com mais de 1.200 folhas de partitura, que ela encontrou o variado repertório, com composições de João de Barro (Braguinha), Luiz Gonzaga, Ary Barroso, ao lado de Maurice Ravel, Giuseppe Verdi e George Gershwin.

Rosa passou a desvelar um universo novo e perceber que as canções apareciam nas revistas unicamente para atender à cena, e que trechos musicais chegavam a ser cortados e até modificados no decorrer das temporadas, de acordo com a necessidade da montagem. “Havia uma preocupação muito grande com a reação do público, se aquilo tinha boa aceitação, se era aproveitado, se estava longo. Existia um diálogo constante entre música e cena, entre espetáculo e público. A gente percebe pelas inúmeras marcações feitas nas partituras”, conta. Outra característica marcante das revistas era a presença de quadros independentes entre si, sem a estrutura habitual de linearidade, mas sim passível de migração. “Um quadro saía de uma peça e ia para outra, passava do primeiro ato para o segundo”, descreve Zamith.

Além das mais de 2.100 músicas e mais de 22.300 páginas de partituras – sendo apenas cerca de 15% formadas por impressos, publicadas por editoras, e o restante constituído de manuscritos – havia um agrupamento de “partituras manuscritas” (56) e “partituras impressas” (345), resultantes, em sua grande maioria, de obras não utilizadas nos espetáculos, mas que funcionavam como uma biblioteca musical. Tratava-se de coletâneas de um compositor, intérpretes ou hinos. Canções que ajudam a ilustrar o repertório musical do país à época.

No decorrer do trabalho, a quantidade de profissionais envolvidos e a rede de produção musical, entre compositores, arranjadores e copistas foi outra surpresa para Rosa. Ela percebeu que existia um suporte grande para se chegar ao músico, pensar a música e adequar o arranjo às necessidades da cena. Rosa enxergou ainda que o Teatro de Revista foi muito mais importante do que se imagina, uma produção muito maior do que se supõe e com alto nível de sofisticação em seu repertório.

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