Projeto Pixinguinha 1977: Marisa Gata Mansa, Tito Madi e Moacyr Silva
Texto do programa oficial apresenta os artistas e informa a ficha técnica e o roteiro musical do espetáculo
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Marisa surgiu através de João Gilberto, na época membro do grupo Garotos da Lua. Um cronista famoso naquele tempo – “O Ouvinte Desconhecido”, de O Globo – apelidou-a de “Gata Mansa” e nenhuma outra denominação se ajustou tão bem à sua personalidade e jeito de ser. Na TV apresentou-se com sucesso no Convite a Música, com o maestro e saxofonista Moacyr Silva.
A partir de 58, canta no Little Club, berço da bossa-nova, no Beco das Garrafas, Rio, reduto de artistas e cantores hoje famosos. É presença no João Sebastião Bar, em São Paulo, com os novatos Caetano Veloso, Taiguara e Jongo Trio. No Rio, em 69, faz um espetáculo de Haroldo Costa: “Aquarela Musical”. Premiada em três festivais: melhor intérprete, finalista e o primeiro lugar, só vem a se firmar com “Viagem”, de João de Aquino e Paulo César Pinheiro.
Seu nome não é Tito Madi e sim Chauki Maddi.
Começou musicando versos de Álvares de Azevedo e Gonçalves Dias; fez a sua primeira música sob influência de Caymmi. Em 52, grava o primeiro disco, um 78, com “Não Diga Não” e “Pirajuí”. Em 55, chega ao Rio, trabalhando no rádio, TV e em boates. Liga-se ao pianista Ribamar e lança um grande sucesso: “Chove Lá Fora”. Em 57, com o primeiro LP, ganha todos os prêmios de composição e interpretação. Passou por outras boates e, no momento, se apresenta na Fossa, divulgando canções românticas.
Tem mais de 25 LPs gravados, inclusive no exterior.
Filho de Dornélio Silva – Mestre da Banda de Conselheiro Lafaiete – Moacyr logo aprendeu a conviver com as dificuldades que a música lhe proporcionaria: mais de 50 LPs gravados não lhe deram, até agora, tranquilidade artística e financeira.
Começou pelo flautim; depois descobriu o sax-tenor – seu instrumento definitivo. “Passei por muito cassino, circo, gafieira, cabarés, até me tornar profissional.” Tocou em orquestras famosas. Formando seu conjunto, apresentou-se na Boate Vogue, por onde passaram Sílvio Caldas, Elizeth, Aracy de Almeida, Linda Batista e outros intérpretes consagrados.
O disco descobriu Moacyr e duas séries de LPs tornaram-se antológicas: “Dançando com você” e “Sax Sensacional”, dando-lhe uma popularidade tão esperada. Com o nome Bob Fleming, inventado por Nilo Sérgio há 20 anos, conseguiu vender mais discos que com seu próprio nome.
Com Elizeth gravou dois LPs memoráveis e descobriu Marisa Gata Mansa, levando-a para o mundo do disco.
Ficha Técnica
Músicos: Ruy (guitarra), Sérgio Maurício (contra-baixo), Fernando (piano) e Zequinha (bateria).
Diretor : Dory Caymmi
Assistente de Direção : Othoniel Serra
Administradora : Maria Lígia Ferreira
Marisa Gata Mansa, Tito Madi e Moacyr Silva: ficha técnica e roteiro do show
Roteiro
- Cansei de Ilusões (Tito Madi)
- Carinho e Amor (Tito Madi)
- Sonho e Saudade (Tito Madi)
- Gauchinha Bem-querer (Tito Madi)
- Começaria Tudo Outra Vez (Luiz Gonzaga Júnior)
- Segredo (Herivelto Martins e Marino Pinto)
- Taí (Joubert de Carvalho)
- Deus que Me Perdoe (Lauro Maia e Humberto Teixeira)
- Cadeira Vazia (Sá, Rodrix e Guarabira)
- Um Favor (Lupicínio Rodrigues)
- Linda Flor (Henrique Vogeler e Luiz Peixoto)
- Sugestivo (Moacyr Silva)
- Nossos Momentos (Haroldo Barbosa e Luiz Reis)
- Meditação (Tom Jobim e Milton Mendonça)
- É Luxo Só (Ary Barroso)
- Suas Mãos (Antônio Maria e Pernambuco)
- Lígia (Tom Jobim)
- Balanço Zona Sul (Tito Madi)
- Minha (Francis Hime e Ruy Guerra)
- Eu Sonhei que Tu Estavas Tão Linda (Lamartine Babo e Francisco Matoso)
- Ternura Antiga (Ribamar e Dolores Duran)
- Viagem (João de Aquino e Paulo César Pinheiro)
- Pressentimento (Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho)
- Tá Todo Mundo Triste (Zé Rodrix)
- Gota D’água (Chico Buarque)
- O que Será (Chico Buarque)
- Castigo (Dolores Duran)
- Por Causa de Você (Tom Jobim e Dolores Duran)
- Solidão (Dolores Duran)
- Noite do Meu Bem (Dolores Duran)
- Meiga Presença (Paulo Valdez e Otávio de Moraes)
- Chove lá Fora (Tito Madi)
- P’tt Nego (Sebastião Fernando C. Martins)