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‘Crooners’ na estrada: Emílio Santiago e Leny Andrade no Projeto Pixinguinha de 1978

Temporada assistiu ao encontro histórico de duas das maiores vozes da música brasileira, num espetáculo repleto de belas canções

Leny Andrade e Emílio Santiago: "crooners" em turnê com o Projeto Pixinguinha

Leny Andrade e Emílio Santiago: "crooners" em turnê com o Projeto Pixinguinha

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Aos 20 anos de carreira, Leny Andrade já era considerada uma das maiores cantoras do país naquele ano de 1978. Desde a estreia precoce, aos 15 anos, à frente da orquestra de Permínio Gonçalves, passando pelo sucesso em boates como o Bacará e o Bottle’s (no Beco das Garrafas, em Copacabana), já tinha oito LPs lançados e um nome conhecido no exterior. Só no México, para onde viajou em 1965 com o show Gemini V (ao lado de Pery Ribeiro e do grupo Bossa Três), morou por cinco anos.

Voltou ao Brasil em 1970, quando Emílio Santiago ainda cursava a faculdade de Direito, embora já pensasse em ser cantor. Após as primeiras incursões em festivais universitários, trilhou um caminho parecido com o de Leny: cantando em casas noturnas e atuando como crooner de orquestra – no caso dele, as de Ed Lincoln e Maestro Formiga. Ainda frequentou os programas de calouros de Flávio Cavalcanti, Chacrinha e Sílvio Santos antes de estrear em disco, o que aconteceu em 1973, num compacto lançado pela gravadora CID.

Ao se reunirem para fazer o Projeto Pixinguinha, na temporada de 1978, os dois já eram reconhecidos por suas vozes poderosas: ela como a maior intérprete brasileira de jazz, ele como o principal cantor surgido nos anos 70. Dirigidos por Arthur Laranjeira, Leny e Emílio fizeram um dos espetáculos mais bonitos que se tem registro no Projeto Pixinguinha, mostrando “uma história que começa na bossa-nova e vem até os dias de hoje”, como informava o programa impresso do show. Ouça o espetáculo completo na Galeria de Áudios.

Para contar essa história, cabia aos crooners defender um repertório cheio de músicas lindas e difíceis de cantar, como Beijo Partido (Toninho Horta), Canto Triste (Edu Lobo), Ilusão à Toa (Johnny Alf), Samba e Amor (Chico Buarque) e Última Forma (Baden Powell e Paulo César Pinheiro). Também eram apresentados clássicos da bossa-nova, como Triste (Tom Jobim) e Consolação (Baden Powell e Vinicius de Moraes), ambos cantados por Leny, que comandava a primeira parte do espetáculo. A segunda ficava com Emílio, que recebia a companheira de turnê de volta ao palco para o encerramento, com as pouco conhecidas Viola Violar (Milton Nascimento e Fernando Brant) e Maravilha (Chico Buarque e Francis Hime).

Com pouco menos de um mês na estrada (de 14 de abril a 12 de maio), Leny e Emílio se apresentaram em teatros do Rio de Janeiro e São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte, com um público total de 14.710. Na noite da estreia, quando foi realizada a gravação que pode ser ouvida aqui no Brasil Memória das Artes, o Teatro Dulcina (Rio de Janeiro) recebeu um público que foi além de suas 535 poltronas, como informou Nelson Motta na edição de 19 de abril de 1978 do jornal O Globo: “Uma grande massa descontente, por estar perdendo o show, do lado de fora, arrombou a porta do Dulcina, invadindo e deixando completamente lotadas suas dependências.” Segundo os registros da Funarte, 604 pessoas aplaudiram a primeira audição de Leny Andrade e Emílio Santiago. Leia matérias e veja fotos da turnê na Galeria de Imagens.

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