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O múltiplo Paschoal Carlos Magno

O acervo mostra a amplitude das atividades do artista que, entre outras iniciativas, criou o Teatro do Estudante do Brasil, foi crítico teatral e diplomata

Paschoal e a Barca da Cultura

Paschoal e a Barca da Cultura

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Da Aldeia de Arcozelo, em Paty do Alferes (RJ), onde viveu os últimos anos de vida, o acervo de Paschoal Carlos Magno chegou ao Centro de Documentação (Cedoc) da Funarte no final da década de 1990. O material era então um amontoado de papéis, com mais de 30.000 documentos. Depois de ser higienizado e desinfestado, hoje o acervo está em ordem, aguardando a fase de criação do instrumento de busca, para então passar pela etapa final de digitalização. “Era um acervo em estado bruto que virou patrimônio público. Isso é muito interessante, pois é diversificado, oferecendo inúmeras possibilidades para os pesquisadores do teatro brasileiro”, descreve Caroline Cantanhede, documentalista do CEDOC.

Com mais de 10.000 correspondências, concentradas principalmente entre os anos de 1935 e 1975, o Acervo Paschoal Carlos Magno revela o processo de realização de seus projetos, permitindo perceber, por exemplo, suas estratégias para conseguir apoio às suas iniciativas, além de mostrar conversas com artistas atuantes na época e de desvelar sentimentos íntimos, em cartas para a família. “Impressiona a capacidade que Paschoal tinha em exercitar diversos papéis concomitantemente e sua habilidade de articulação. Você percebe que um evento ocorrido em 1962 estava sendo desenvolvido desde 1958. As correspondências oferecem esse bastidor, essa perspectiva mais ampla, de maior compreensão do processo”, comenta Caroline.

Também fazem parte do acervo matérias de jornais sobre o Teatro do Estudante (que estreou em 1938, com ressonância nacional), o Duse (o diminuto teatro em Santa Teresa, inaugurado em 1952); a Barca da Cultura (que realiza, em 1974, apresentações em 57 cidades do Norte, Nordeste e Centro-Oeste com participação de mais de 200 artistas); os Festivais Nacionais de Teatro de Estudantes (produzidos em Santos, Brasília, Porto Alegre e Recife) e a Aldeia de Arcozelo (fundada em 1965 onde Paschoal criou um anfiteatro com 1.200 lugares). Ele também guardava reportagens sobre artistas lançados por seus grupos amadores, como Sergio Cardoso, Othon Bastos e Sergio Britto, além das críticas teatrais que escreveu para diversos jornais, especialmente para o Correio da Manhã.

“Os recortes são muito importantes para precisar informações sobre um evento e analisar a repercussão de um espetáculo”, diz a pesquisadora Fabiana Fontana, autora da dissertação sobre o início do Teatro do Estudante do Brasil, onde analisa as primeiras aparições de Paschoal até a estreia do TEB. Para ela, o acervo retrata bem o projeto de Paschoal, “ele enxergava o teatro como um meio de elevação cultural da nação e trabalhou por isso por toda a vida, isso fica bem claro no acervo”.

O acervo possui ainda manuscritos de espetáculos, documentos referentes ao período em que trabalhou como diplomata na Itália, Grécia e Inglaterra e curiosos bilhetes, como os pedidos para que Paschoal não destruísse sua Aldeia de Arcozelo, ato que ele ameaçou realizar em entrevista polêmica para o programa Fantástico da TV Globo, de 1979, em momento de crise.

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Comentários

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Mario de Oliveira Pinheiro

enviado em 12 de dezembro de 2012

Devemos reconhecer que o Brasil, seu povo,a arte brasileira, especialmente a arte do teatro, muito deve a Paschoal Carlos Magno.

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