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Brasil Memória das Artes
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O Cedoc e o Projeto Brasil Memória das Artes

Vídeo leva o internauta a conhecer por dentro o Centro de Documentação e Informação da Funarte, que tem algumas de suas relíquias mostradas durante a visita

A Fundação Nacional de Arte/Funarte foi criada pela Lei 6.312, de 16 de dezembro de 1975, como órgão da então Secretaria de Cultura do Ministério da Educação e Cultura, tendo como objetivo promover, incentivar e amparar, em todo o território nacional, a prática, o desenvolvimento e a difusão de atividades artísticas, sempre resguardando a liberdade de criação. Desde a sua implantação, a Funarte exerceu decisivas ações para melhor ordenar o apoio federal à cultura. Neste aspecto, foi e continua a ser uma escola de criação de quadros especializados em cultura, mediante cursos, seminários, projetos e ações, inclusive mantendo o Centro de Documentação, especializado em suas áreas de atuação.

Em março de 1990, a Funarte foi extinta juntamente com a Fundação Nacional de Artes Cênicas/Fundacen e a Fundação do Cinema Brasileiro/FCB. Em dezembro daquele mesmo ano foi criado o Instituto Brasileiro de Arte e Cultura/IBAC, incorporando as atribuições da Funarte, da Fundacen e da FCB, com o intuito de apoiar programas e projetos em teatro, dança, ópera, circo, artes plásticas e gráficas, fotografia, música, folclore, vídeo e cinema, além de difundir, em nível nacional, através de cursos e seminários, a sua larga experiência nessas áreas.

Em setembro de 1994, através de medida provisória, foi extinta a sigla IBAC, passando a instituição a se chamar novamente Funarte. A Coordenação de Documentação e Informação – Cedoc – da Fundação Nacional de Arte/Funarte,  renasce, portanto, em 1991, já que em 1990, sob intervenção, os acervos estiveram fechados em todas as três fundações extintas. A partir da criação do IBAC, hoje Funarte, o Cedoc passou a reunir a documentação acumulada ao longo dos anos de existência daquelas Fundações.

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Se fôssemos levar em conta a data de criação de algumas das instituições que deram origem àquelas fundações, ou seja, 1936, quando da criação do INCE –Instituto Nacional do Cinema Educativo, e 1937, quando nasce o Serviço Nacional de Teatro, que antecederam, respectivamente, à FCB e à Fundacen, poderíamos estender a comemoração dos 30 anos da Funarte à dos 70 anos do acervo do Cedoc – guardião do patrimônio documental dessas instituições.

O atual Cedoc, entretanto, ainda é um debutante, com apenas 15 anos de atividades, mas em constante processo de crescimento e amadurecimento para dar conta da memória dessas instituições e do acervo acumulado – um desafio ao mesmo tempo fascinante e complexo. Como um adolescente, vai caminhando para a vida adulta, aprendendo muito, errando algumas vezes e buscando os melhores caminhos para atingir seus objetivos. O ano de 2006 está sendo particularmente gratificante, pois o Cedoc recebeu o melhor dos presentes para a sua festa de 15 anos: o projeto “Brasil Memória das Artes”, financiado pela Petrobras, e que tem como principal objetivo garantir a salvaguarda dos acervos da Funarte e a sua disponibilização ao público.

O Cedoc abriga cerca de um milhão de documentos sobre artes plásticas e gráficas, música, fotografia, teatro, dança, ópera, circo, cinema e vídeo, que vão desde os mais tradicionais itens, como livros e revistas, partituras musicais, fotografias, discos, aos menos convencionais, como desenhos originais de cenários e figurinos, cartazes, chegando aos mais modernos, como CDs, CDRoms etc. Ele tem como finalidade reunir, organizar, dar acesso e disseminar documentação e informação que apoiem e incentivem a produção artística e cultural brasileiras, além de pesquisas na área e atividades desenvolvidas pela própria Funarte. O Cedoc, portanto, tem papel de destaque entre as unidades de informação em arte e cultura existentes no Rio de Janeiro e mesmo no Brasil, onde é provavelmente a maior biblioteca especializada em teatro e fotografia.

Dentro do vasto e diversificado acervo do Cedoc, poderíamos destacar, por seu ineditismo, originalidade e importância histórica, três vertentes especiais: o Arquivo Administrativo, os Arquivos Privados e o Arquivo Audiovisual. São três riquezas e três desafios que aos poucos estão sendo enfrentados.

O Arquivo Administrativo reúne toda a documentação histórica da atuação dessas instituições federais de cultura em território nacional, e contém processos, ofícios, relatórios, planos de atuação e outros que podem fornecer ao pesquisador ampla base de estudo para análise da presença do Estado na formação e na execução de projetos culturais para o país. Esta é uma fatia do acervo do Cedoc ainda pouco explorada, mas que tende a ganhar força nos próximos anos, já que estamos assistindo à ampliação regular de cursos de pós-graduação nas universidades brasileiras nas áreas de estudos culturais. Há uma tendência mundial nessa direção, o que intensifica tal corrente de estudos no sentido da compreensão das complexas redes formadoras de políticas e de comportamentos culturais em um mundo globalizado.

Os Arquivos Privados de personalidades ligadas sobretudo às artes cênicas são documentação única e, por isso mesmo, rara, na maioria das vezes adquirida por meio de doações das próprias famílias dos artistas. É o caso, por exemplo, do Arquivo Privado Família Oduvaldo Vianna, um dos acervos contemplados com o financiamento da Petrobras e o apoio da Vitae para o tratamento e a disponibilização para o grande público, assim como o do diplomata, teatrólogo, crítico e incentivador das artes do país, Paschoal Carlos Magno. Estes dois grandes conjuntos que privilegiam as artes cênicas são exemplos da originalidade e do ineditismo dos arquivos privados sob a guarda do Cedoc.

A produção intelectual da família Vianna, com textos de radionovelas, radioteatros etc., traz à baila um tipo de produção artística pouco conhecida. O arquivo de Paschoal Carlos Magno, repleto de artigos de jornais, fotografias, correspondências e tantos mais, nos conta não só da atuação multifacetada de seu dono e de sua produção intelectual, mas de movimentos importantes do teatro brasileiro, como o Teatro do Estudante do Brasil e o Teatro Duse. Poderíamos enumerar ainda outras importantes coleções, como as de Walter Pinto, Luiz Antonio Martinez Correa, João Angelo Labanca, Roberto Pontual e outros. Coleções parcialmente tratadas ou ainda sem nenhum tratamento que merecem ser reveladas, pois apontam para inúmeras possibilidades de estudos.

O Arquivo Audiovisual também oriundo, em sua maior parte, de doações, esconde riquezas das artes cênicas brasileira, portuguesa e francesa, como nas coleções de cartões-postais, carte de visite e cabinet do século XIX e início do XX. Essa coleção histórica também foi contemplada no projeto financiado pela Petrobras para a sua conservação e o seu tratamento, assim como a importante coleção do fotógrafo Carlos Moskovics – Coleção Foto Carlos – que, com seus 19.000 negativos, é um dos mais importantes registros da história do teatro brasileiro. As imagens que o compõem são fontes de pesquisa permanente; sem elas, seria difícil reconstituir a memória desta representação artística no Brasil nas décadas de 1940 a 1970.

Na área musical, podemos mencionar a digitalização das fitas rolo e cassete dos shows do Projeto Pixinguinha, desde a sua criação em 1977, e que está sendo realizada graças também ao apoio da Petrobras. Este acervo sonoro registra uma parte importante da história da música popular brasileira através de seus intérpretes, músicos e compositores presentes no Projeto. Importante ainda ressaltar que o Arquivo Audiovisual abriga, além de fotografias, desenhos originais de cenários e de figurinos, gravuras, cartazes, discos e vídeos que documentam não só as artes cênicas, mas também o cinema, as artes visuais e a música. Hoje, os documentos iconográficos deixaram de ser mera fonte ilustrativa e tornaram-se o próprio objeto de análise nas pesquisas de estudiosos das artes e das ciências sociais, por exemplo. Essas relevantes fontes de informação e conhecimento necessitam ser preservadas e disponibilizadas ao público para que possam trazer uma melhor compreensão de determinados contextos históricos.

Falamos dos acervos especiais do Cedoc, mas não podemos deixar de mencionar sua Biblioteca e a coleção de dossiês de impressos. A biblioteca do Cedoc é permanentemente atualizada com a compra de novos títulos e a assinatura de periódicos nacionais e estrangeiros. Destaca-se, ainda, o seu banco de peças teatrais – um dos itens mais consultados por seus usuários – e os dossiês de impressos. Estes reúnem recortes de jornais e documentos impressos os mais variados, e estão organizados por grandes séries (Personalidades, Eventos, Grupos, Espetáculos etc.) divididas pelas áreas de atuação da Funarte: Artes Cênicas, Artes Visuais, Música, Fotografia, Arte e Cultura.

O Cedoc vem se tornando importante fonte de pesquisa, o que fica atestado pelo crescente número de consultas ao longo de seus 15 anos de existência. Este dado não só motiva a sua equipe na busca de melhores condições para preservar e divulgar o seu acervo, como confirma a certeza da relevância de suas atividades para os estudiosos da arte e da cultura em nosso país.

Sobre o Autor, Helena Ferrez

Texto escrito em 2006 pela então coordenadora do Centro de Documentação da Funarte, no início do Projeto Brasil Memória das Artes

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