Bate-papo em torno da obra de Nelson Rodrigues
Pesquisador e atriz ligados ao universo rodriguiano falam sobre a importância do dramaturgo e a divulgação do acervo referente a ele na Funarte
Os atores Sônia Oiticica, Sérgio Cardoso e Leonardo Villar em montagem de A Falecida. 1953/ Foto Carlos. Cedoc/ Funarte
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De um lado, um pesquisador da obra de Nelson Rodrigues; do outro, uma atriz que teve a oportunidade de estrelar montagem de uma das mais célebres peças do dramaturgo. Paulo Maciel e Rafaela Amado, em breve bate-papo promovido pelo projeto Brasil Memória das Artes, traçam considerações acerca da obra do dramaturgo, remetendo ao acervo referente a Nelson Rodrigues existente no Centro de Documentação (Cedoc) da Funarte.
Para o pesquisador, autor de tese de doutorado sobre a obra do dramaturgo, a figura da instituição familiar sempre teve importância fundamental nos textos escritos por Nelson Rodrigues para teatro. Questionado sobre o peso da sexualidade na obra do dramaturgo, Maciel acena com tese particular: “Essa sexualidade tem como seu complemento uma ideia de pureza, de santidade, que convive no mesmo código amoroso dentro da obra de Nelson Rodrigues”.
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Intérprete da polêmica personagem Zulmira em montagem da peça A Falecida encenada em 2008, a atriz Rafaela Amado (cuja mãe, Camila Amado, estrelou montagem de Vestido de Noiva nos anos 70) destaca outro componente importante no legado rodriguiano: o linguajar. “Em A Falecida, tem uma coisa do linguajar muito característico de uma época. Dizem que é difícil falar Nelson Rodrigues. Pelo contrário: é como a gente fala. Eu falo, você me interrompe, para, pergunta, é um diálogo muito vivo”, observa.
Textos como Senhora dos Afogados, Anjo Negro e Dorotéia são lembrados durante a conversa, que dimensiona a importância da obra do dramaturgo e a divulgação do acervo referente a ela em centros de documentação de instituições como a Funarte.