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As ações do INFoto

Programas, projetos e atividades fizeram parte da atuação do Instituto de Fotografia. Centro de Conservação e Preservação da Fotografia nasceu ali

Apoio externo e a coordenadoria de ensino e pesquisa do INFoto

A ação do Instituto Nacional da Fotografia da Funarte em prol da consolidação das atividades fotográficas no Brasil se deu também por meio de programas ou mecanismos ainda hoje pouco conhecidos, em virtude de suas características próprias. É o caso, por exemplo, das ações financiadas (total ou parcialmente) pela área de Apoio Externo que, em consonância com as diretrizes da Assessoria Técnica diretamente subordinada à direção-executiva da Funarte, liberava recursos ou oferecia apoio técnico (por meio de consultorias e/ou treinamento) para projetos de outras instituições brasileiras -  tanto públicas quanto particulares, tanto universitárias quanto sindicais, tanto de atuação federal quanto estadual ou simplesmente municipal.

Assim, o Instituto Nacional da Fotografia apoiou desde o princípio o PROFOTO (Projeto de Preservação do Acervo Fotográfico da Biblioteca Nacional); ao mesmo tempo em que dava respaldo a projetos desenvolvidos em diferentes pontos do país, tais como: Estudo Fotográfico da Formação Colonial de Ijuí (RS); Fotógrafos Pioneiros no Paraná; História do Café no Sul de Minas Gerais; História dos Bairros de Salvador; Fotografia Histórica no Pará; História da Fotografia em Pernambuco, 1840-1930; História da Fotografia no Maranhão.

Apesar da predominância de projetos de caráter histórico, a área de Apoio Externo buscou financiar igualmente a produção contemporânea. Para tanto, procurou detectar e apoiar entidades locais independentes, tais como o Núcleo de Fotografia de Minas Gerais, o Núcleo de Fotografia de Florianópolis, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro.

O INFoto dedicou especial atenção à formação de recursos humanos, tanto no concernente ao aprimoramento dos profissionais já existentes, quanto na formação de novos técnicos. Assim, a Coordenadoria de Ensino e Pesquisa da Fotografia procurou apoiar iniciativas educativas em todos os níveis, desde os cursos livres até as discussões a respeito da criação de cursos universitários de graduação e pós-graduação; além de coordenar mesas-redondas nas Reuniões Anuais da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Outra das preocupações prioritárias foi, por exemplo, a da definição e difusão da terminologia específica no campo da fotografia, razão pela qual foi criada a Comissão de Estudo da Fotografia em parceria com a Associação Brasileira de Normas Técnica.

Programa Nacional de Preservação e Pesquisa da Fotografia

Ao ser criado em 1984, esse programa teve caráter precursor, por ser o segundo programa nacional de preservação de bens móveis. Foi precedido somente pelo Plano Nacional de Microfilmagem de Periódicos, criado pelo MEC (então Ministério da Educação e Cultura), em 1978 e administrado pela Biblioteca Nacional desde 1982. Visando reunir e resguardar a produção hemerográfica do país, o PNMP tem hoje 6.500 reproduzidos, sintetizando a história da imprensa no Brasil.

Já o Programa Nacional de Preservação e Pesquisa da Fotografia, criado pela Portaria nº 13/84 do MEC tinha amplo escopo, que pode ser resumido nas seguintes linhas de atuação:

  • Preservação da memória fotográfica brasileira;
  • Formação de pessoal especializado na área de preservação;
  • Pesquisa da história da fotografia no Brasil;
  • Pesquisa das técnicas de conservação e preservação de fotografias;
  • Aperfeiçoamento da tecnologia do material fotográfico produzido no Brasil.

Numa primeira fase, o então Núcleo de Fotografia da Funarte (posteriormente Instituto Nacional da Fotografia) identificou as instituições brasileiras empenhadas em trabalhos relativos à história da fotografia, visando a prospecção; reprodução; catalogação, reflexão; divulgação e formação de pessoal. Logo em seguida, passou a fornecer assessoria técnica e/ou apoio financeiro para o desenvolvimento destes projetos, de modo a consolidar as diferentes instituições regionais, colaborando para a descentralização das atividades no setor.

Em virtude da quase inexistência de técnicos especializados em conservação e preservação, a preocupação primordial do Programa Nacional de Preservação e Pesquisa da Fotografia foi a formação e o aperfeiçoamento dos técnicos do setor, para viabilizar a democratização das informações e a capacitação das equipes locais com o propósito de criar uma ampla rede nacional. Esse esforço de formação foi capitaneado pelo Centro de Conservação e Preservação de Fotografia da Funarte e beneficiou não somente profissionais brasileiros, como também oriundos de diversos países latino-americanos, formando centenas de técnicos, toda uma geração, que alçou o trabalho neste campo ao mesmo patamar das mais tradicionais instituições do hemisfério norte, fazendo com que o Brasil ingressasse numa nova era de maturidade em relação às questões de conservação e preservação de acervos fotográficos.

Projeto Itinerância do INFoto

Um dos mecanismos mais eficazes para que a Funarte conseguisse corresponder à sua missão nacional no campo da fotografia foi o Projeto Itinerância, criado ainda no tempo do Núcleo e bastante incrementado após a implantação do INFoto, quando chegou a enviar exposições para 62 cidades de 21 estados diferentes, em 1984, quando existiam apenas 24 unidades na federação.

Esse marcante esforço de descentralização e difusão cultural só foi possível graças ao apoio do SESC Nacional (viabilizado por Sandra de Azevedo Fernandes), que além de assegurar o transporte das obras acolheu essas mostras em suas galerias e outros espaços expositivos Brasil afora.

É importante salientar que o INFoto não se restringia a fazer circular apenas as exposições produzidas pelo próprio Instituto, oferecendo ao contrário a estrutura do Projeto Itinerância (coordenado por Angela Magalhães) para a difusão nacional de mostras realizadas por outras instituições culturais e até mesmo por fotógrafos independentes.

Um dos diversos saldos positivos do Projeto Itinerância foi a constituição da Coleção de Fotografia da Funarte, que congrega mais de 3.100 imagens das mais variadas tendências, escolas ou especialidades. Isto se deu porque os autores que participaram das Mostras de Fotografia (realizadas na Galeria de Fotografia da Funarte) e das Mostras Regionais (promovidas nas diferentes regiões do país), cederam seus trabalhos para permitir a itinerância de exposições como Nossa Gente, Classe Média, Trabalho, Foto Sul e Foto Centro-Oeste. Estas exposições circularam por todo o Brasil durante mais de uma década e, após o término do Projeto Itinerância, foram incorporadas ao acervo da Funarte, como importante testemunho de um período de transição de fundamental importância.

Todas essas fotografias -  num total superior a 3.100 unidades -  foram tratadas, higienizadas e acondicionadas em obediência aos mais rígidos métodos de conservação e preservação. Estão em processo de digitalização para disponibilização na área Brasil Memória das Artes, de modo a facilitar e incentivar as pesquisas sobre a fotografia brasileira na segunda metade do século XX.

Proposta para uma política nacional da fotografia

O Instituto Nacional da Fotografia da Funarte procurou fundamentar suas ações em consultas frequentes à classe fotográfica, bem como aos demais técnicos, pesquisadores, historiadores, professores e outros profissionais, sem esquecer as instituições envolvidas direta ou indiretamente com a fotografia. Entre as quais: museus, arquivos públicos, instituições públicas ou particulares, centros culturais, agências de fotografia, sindicatos e outras associações de classe. Isso, sem esquecer os fotógrafos independentes com os quais o INFoto tinha contato direto e renovado por intermédio das Semanas Nacionais da Fotografia, além de realizar consultas por meio de seu boletim, FotoGrafia, ou por meio dos seminários e eventos que promovia ou dos quais participava, como as Reuniões da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

Assim, o INFoto teve oportunidade de pautar suas ações em consonância com as reais necessidades e urgências da fotografia brasileira, tendo a preocupação de sintetizar seus objetivos e colocar publicamente em discussão seu programa de trabalho por intermédio do documento Proposta para uma Política Nacional da Fotografia. Documento então ímpar em sua essência e cuja leitura se faz extremamente útil no momento em que os fotógrafos brasileiros buscam se organizar na Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil.

O Prêmio Marc Ferrez

A Funarte foi a primeira instituição brasileira a criar um programa específico de bolsas na área de fotografia, em maio de 1984. Visando celebrar de modo produtivo e consistente a criação do INFoto, foi criada a Bolsa Marc Ferrez, tomando como modelo inspirador a John Simon Memorial Foundation, primeira instituição no mundo a financiar projetos individuais de fotografia ao outorgar uma bolsa a Edward Weston em 1937.

A Bolsa Marc Ferrez deu origem ao atual Prêmio Marc Ferrez, que persiste até hoje como o principal mecanismo institucional de apoio à produção e à reflexão fotográficas. Ambas as iniciativas se estruturaram a partir desses dois eixos básicos, permitindo por um lado que os fotógrafos realizassem seus projetos de documentação e/ou criação fotográfica. E, por outro, que pesquisadores e ensaístas independentes pudessem obter financiamento para projetos de pesquisa sobre linguagem fotográfica ou questões técnicas ou históricas sem as limitações metodológicas e/ou de acesso existentes no universo acadêmico.

Apesar de sofrer algumas interrupções decorrentes de problemas políticos ou orçamentários, o programa de bolsas do Prêmio Marc Ferrez sobreviveu a todos os outros criados após sua implantação. Por ser mantido já por duas décadas e meia, beneficiou toda uma geração de fotógrafos, viabilizando projetos que não poderiam ser concretizados sem o apoio financeiro concedido pela Funarte

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