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A Funarte e a fotografia

Um histórico da atuação da instituição: do Núcleo de Fotografia ao INFoto

A atuação sistemática da Funarte no campo da fotografia teve início em agosto de 1979, quando foi criado seu Núcleo de Fotografia a partir de uma proposta de Zeka Araújo, que viria a ser também seu primeiro coordenador.

Primeira iniciativa do então Ministério da Educação e Cultura neste campo, o Núcleo dispunha de uma Galeria de Fotografia, situada à rua Araújo Porto Alegre 80, então sede da Funarte no Rio de Janeiro. Nela foi realizada uma série de coletivas, as Mostras de Fotografia, que visavam mapear a produção nacional por meio da inclusão de trabalhos de fotógrafos residentes em diversos estados, tais como: Nossa Gente; Lazer; Classe Média; A Visita do Papa ao Brasil; e Trabalho.

Essas Mostras de Fotografia eram acompanhadas de catálogos reproduzindo dezenas de imagens em folhas soltas, de modo a permitir a utilização deste material com finalidade didática, tanto em sala de aula quanto em associações de fotógrafos e outras agremiações. Visando incentivar o intercâmbio entre os participantes, bem como proporcionar novas oportunidades de trabalho ou de realização de outros projetos culturais, esses catálogos reproduziam os endereços de todos os expositores.

O Núcleo de Fotografia da Funarte realizava também exposições individuais em sua galeria, assim como ciclos anuais de Mostras de Audiovisuais, que apresentavam uma programação ampla e variada de projeções de slides e multivisões (espécie de ancestrais dos atuais data shows) de fotógrafos oriundos dos mais diversos pontos do país. Outra programação importante era a das Palestras das segundas-feiras, em que era tratada uma ampla variedade de temas, com ênfase nas questões de regulamentação da profissão, direito autoral e organização de agências. Isto porque o momento político, o da chamada “Abertura” – fase final de duas décadas de governo militar –, exigia essa reorganização da sociedade civil, ao mesmo tempo que tais questões profissionais se faziam prementes.

Pedro Vasquez assumiu a coordenação do Núcleo de Fotografia da Funarte em maio de 1982, dando início imediato ao processo de sua transformação no Instituto Nacional da Fotografia, que se tornaria conhecido como INFoto. Inaugurado em 9 de maio de 1984, com a presença da então ministra da Educação e Cultura, Esther de Figueiredo Ferraz, e do Secretário da Cultura do MEC, Marcos Vinicios Vilaça, o INFoto teve sua implantação ratificada pela Portaria n. 207, de 18 de maio de 1984 do Ministério da Educação e Cultura (leia discurso feito à época da criação, pelo então diretor).

A criação do INFoto decorreu da necessidade do estabelecimento de uma política cultural, a nível nacional, específica para a fotografia. Assim, buscou-se definir e executar nacionalmente uma política cultural centrada nas seguintes áreas de interesse:

  • Produção fotográfica;
  • Preservação do acervo fotográfico existente e em produção;
  • Formação do fotógrafo e demais técnicos em fotografia;
  • Assessoria técnica às instituições culturais;
  • Problemas profissionais;
  • Bibliografia no campo da fotografia;
  • Intercâmbio técnico e da produção fotográfica a nível internacional;
  • Pesquisa de materiais;
  • Infraestrutura (oficinas; espaços de amostragem; laboratório e espaços para preservação);

Essa política tinha como objetivos gerais:

  • Estimular, apoiar e divulgar a produção contemporânea da fotografia;
  • Conhecer e mapear os diversos movimentos brasileiros;
  • Fortalecer as produções regionais, assim como possibilitar o intercâmbio entre as diferentes regiões por intermédio de exposições, publicações e debates;
  • Definir e coordenar uma política nacional de preservação;
  • Apoiar e estimular os canais de formação e aperfeiçoamento dos profissionais da fotografia;
  • Garantir um espaço institucional de reflexão sobre esta produção como obra de arte, signo de cultura, propiciando assim uma leitura estética, semiológica, sociológica e histórica da fotografia.

Estratégia de ação

Numa perspectiva democrática e pluralista, o Instituto Nacional da Fotografia procurou adequar suas diretrizes de atuação e sua programação às carências diagnosticadas a partir de contatos e consultas feitas junto à comunidade fotográfica.

Para a concretização de suas linhas de ação, a atuação do INFoto foi dividida nos seguintes núcleos:

  • Coordenadoria de Exposições;
  • Programa Nacional de Preservação e Pesquisa da Fotografia;
  • Coordenadoria de Ensino e Pesquisa;
  • Projetos Especiais.

Princípios e mecanismos de ação

Os principais mecanismos de ação adotados pelo Instituto Nacional da Fotografia para o atendimento das suas finalidades foram baseados nos princípios de descentralização e democratização. E as ações do INFoto se desenvolveram em locais cuja definição se deu a partir de critérios territoriais, mas de potencialidades diretamente relacionadas ao conteúdo da ação.

Uma das preocupações básicas do Instituto foi a questão da exemplaridade, entendendo como exemplares as ações que proporcionassem a discussão e a reflexão, possuíssem conteúdo didático e efeito multiplicador e permanente, buscando ainda suprir as carências da fotografia brasileira.

O caráter de exemplaridade foi assim buscado nas diferentes áreas de atuação do INFoto:

  • As exposições buscavam a exemplaridade ao propiciar a discussão de diversos campos da ação da fotografia, proporcionando ao mesmo tempo várias leituras, além de compreender uma ação didática corporificada em textos e catálogos concebidos para atender a este fim.
  • O Programa de Preservação e Pesquisa expressava sua exemplaridade em sua descentralização e na ação multiplicadora regional, ao possibilitar a gradativa obtenção de objetivos nacionais, bem como o fortalecimento das estruturas locais já existentes.

    A linha editorial revelou sua exemplaridade ao priorizar o atendimento das carências de uma literatura específica no campo da fotografia. Para viabilizar estes mecanismos de ação, o Instituto Nacional da Fotografia teve como atividades principais:

    • Realização de Mostras Regionais que buscavam resgatar e valorizar o perfil específico das diferentes regiões do país.
    • Realização anual das Semanas Nacionais da Fotografia, em diferentes cidades da federação, de modo a estimular a reflexão e favorecer o intercâmbio de experiências entre todos os fotógrafos brasileiros.
    • Realização sistemática de exposições na Galeria do INFoto, objetivando levar prioritariamente ao público a produção fotográfica brasileira, porém acolhendo também alguns exemplos marcantes da produção internacional.
    • Sistematizar e subsidiar a reflexão e aumentar a bibliografia disponível no campo da fotografia por intermédio de duas coleções de livros, Luz & Reflexão e História da Fotografia no Brasil, bem como de Cadernos Técnicos sobre preservação e conservação.
    • Publicação de um boletim de circulação nacional, FotoGrafia, para fomentar a circulação e o intercâmbio de ideias, ao mesmo tempo que buscava maior aproximação com a classe fotográfica.
    • Publicação de catálogos das exposições realizadas na Galeria de Fotografia do INFoto, reproduzindo a íntegra do material exposto e contendo textos de caráter histórico e conceitual.
    • Concessão de bolsas de pesquisa técnica e teórica, assim como para a realização de ensaios fotográficos de expressão pessoal e projetos de cunho documental.
    • Realização de seminários sobre o ensino da fotografia no currículo normal dos cursos de comunicação social, belas artes e desenho industrial, bem como nos cursos de extensão, graduação e pós-graduação.
    • Realização de mostras de audiovisual e estudo das relações entre a imagem fixa e a imagem móvel; produção de vídeos didáticos ou de divulgação nas redes de televisão aberta.
    • Apoio técnico e financiamento de pesquisas visando ao aprimoramento da qualidade do material fotográfico produzido no Brasil.
    • Apoio à instalação de laboratórios-modelo para processamento de longa permanência, bem como de reservas técnicas especialmente dimensionadas para a conservação de documentos fotográficos.
    • Itinerância das exposições produzidas pelo INFoto, bem como de outras de reconhecido mérito, com o intuito de valorização e divulgação da fotografia brasileira.
    • Acolhimento da produção fotográfica estrangeira, buscando a discussão das tendências contemporâneas, assim como a criação ou o estreitamento de laços de solidariedade e a intensificação do intercâmbio cultural.

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