Radamés Gnattali na Funarte: show Grande Gala – Radamés 80
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Sala Funarte – Radamés Gnattali: Grande Gala – Vaidosa
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Sala Funarte – Radamés Gnattali: Grande Gala – Canhoto
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Sala Funarte – Radamés Gnattali: Grande Gala – Concertino nº2 Allegro Moderato
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Sala Funarte – Radamés Gnattali: Grande Gala – Concertino nº2 Adágio
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Sala Funarte – Radamés Gnattali: Grande Gala – Concertino nº 2 (Presto)
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Sala Funarte – Radamés Gnattali: Grande Gala – Desvairada
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Sala Funarte – Radamés Gnattali: Grande Gala – Trenzinho do Caipira
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Sala Funarte – Radamés Gnattali: Grande Gala – Alvorada
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Sala Funarte – Radamés Gnattali: Grande Gala – Primeiro Amor
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Sala Funarte – Radamés Gnattali: Grande Gala – Remexendo
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Sala Funarte – Radamés Gnattali: Grande Gala – Pé de Moleque
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Sala Funarte – Radamés Gnattali: Grande Gala – Um a Zero
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Sala Funarte – Radamés Gnattali: Grande Gala – Um a Zero (Bis)
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(texto de 2006)
No passado, de muitas formas, a Fundação Nacional de Arte foi a casa de Radamés Gnattali. Em espetáculos, discos, livro e partituras, o pianista, arranjador e compositor fez-se presença constante.
O espetáculo Grande Gala – Radamés 80 foi gravado na Sala Sidney Miller, em 13 de novembro de 1985. O pianista tocou em números solos, em dupla com o violonista Rafael Rabello e ao lado de seu quinteto distante dos palcos há duas décadas. Foi o começo das comemorações pelos 80 anos de Radamés Gnattali, um aniversário que aconteceria, de fato, dois meses depois, em 27 de janeiro. Uma celebração que incluiu, além do show, uma biografia, um disco e um caderno de partituras.
Em O Globo, de 12/11/1985, a jornalista Beatriz Coelho Silva retratou Radamés Gnattali: “É o mesmo homem gentil, sem vaidades, de poucas palavras. Em sua casa no Jardim Botânico, onde vive com duas gatas e a mulher, a médica (e ex-cantora) Nelly, ele não nega conhecer sua importância na música brasileira, mas também não tem atitude de gênio. Ativo, acorda todos os dias às 5 horas para trabalhar (“só de manhã, à tarde não consigo fazer muita coisa”), Radamés não acha nada de excepcional chegar aos 80 anos lúcido e compondo”.
A imprensa brasileira cobriu generosamente o assunto. Por ela, sabe-se que Radamés Gnattali gostou mais de fazer o espetáculo em São Paulo do que no Rio. Que, em Brasília, visitou amigos, bebeu cerveja, tocou com a turma do Clube do Choro e apresentou-se, com cabeleira vasta, barba cultivada e roupa branca, para um público menor do que a ocasião merecia, na opinião de Irlam Rocha Lima, do Correio Braziliense (17/12/1985): “Teria sido Roque Santeiro? Teriam sido os shoppings com seu irresistível apelo consumista, em tempo de espírito natalino? Ou teria sido desinformação mesmo?”
Perderam o imperdível. A antecipação da homenagem a Radamés Gnattali fora uma inspiração. Pouco antes de 27 de janeiro de 1986, dia de seu aniversário, o maestro sofreria seu primeiro derrame. Como registrou Luiz Paulo Horta no Jornal do Brasil desta data: “O acidente circulatório apanhou-o de surpresa, quando estava em plena efervescência. Ele olha para a frente, pensativo, e tamborila com os dedos da mão direita: é a música pedindo passagem”.
Veja abaixo o programa do concerto Grande Gala – Radamés 80 e ouça o show clicando à esquerda.
Programa Grande Gala RADAMÉS 80
Sala Funarte Sidney Miller
13 de novembro de 1985
Direção: Túlio Feliciano
1ª. Parte: Radamés Gnattali ao piano
Vaidosa (Radamés Gnattali)
Canhoto (Radamés Gnattali)
2ª. Parte: Duo Radamés Gnattali e Rafael Rabello, piano e violão
Concertino no. 2 (Radamés Gnattali)
Allegro Moderato
Adágio (Saudoso)
Presto (Com Espírito)
Desvairada (Garoto)
3ª. Parte: Quinteto Radamés Gnattali (Radamés Gnattali no piano, Chiquinho no acordeon, José Menezes em violão e guitarra, Zeca Assumpção no contrabaixo, Luciano Perrone na bateria)
Trenzinho Caipira (Villa-Lobos)
Alvorada (Jacob do Bandolim)
Primeiro Amor (Patápio Silva)
Remexendo (Radamés Gnattali)
Pé de Moleque (Radamés Gnattali)
Um a Zero (Pixinguinha)