Registros fonográficos e de TV preservam história do Pixinguinha
Discos e programas registraram alguns shows
Mídias deste texto
Imagens (1 imagem)
Quando Dóris Monteiro se apresentou no Projeto Pixinguinha ao lado de Lúcio Alves em 1977, sentiu-se realizada por estar dividindo o palco, pela primeira vez, com seu ídolo. “Sempre fui fã da dupla Lúcio Alves e Dick Farney. Quando comecei a cantar, com 16 anos, eu imitava o Lúcio”, conta Dóris, que já havia trabalhado com o cantor na Rádio Tupi. A realização aumentou quando Hermínio Bello de Carvalho teve a ideia de lançar o show em disco. “Já estava muito feliz, porque o espetáculo foi aceito pelo público nas diversas cidades por que passamos. Os teatros estavam sempre lotados. Mas o disco foi uma surpresa maravilhosa. Eu não esperava, nem o Lúcio”, diz a cantora.
Doris e Lúcio no Projeto Pixinguinha foi o primeiro LP do Projeto. Lançado pela EMI-Odeon em 1978, o disco foi relançado em CD em 2004, numa edição comemorativa dos 70 anos da cantora. Produzido por Maurício Tapajós, o álbum traz 12 gravações do repertório dos cantores. Entre elas, estão Mocinho Bonito (Billy Blanco), Sábado em Copacabana (Dorival Caymmi e Carlos Guinle), De Conversa em Conversa (Haroldo Barbosa e Lucio Alves) e Mudando de Conversa (Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho), canção que já havia levado a cantora às paradas de sucesso em 1968.
Outros três LPs foram editados comercialmente pelo Projeto Pixinguinha. Dessa vez, como resultado da Feira Pixinguinha - Festivais de música promovidos pela Funarte em Brasília (1979), Pará (1980) e Bahia (1980), como desdobramentos do projeto. Os álbuns contam com trechos de shows realizados em cada um dos três estados. Ainda sem lançamento previsto em CD, os vinis estão preservados no Centro de Documentação da Funarte. “A Feira foi uma ideia do Maurício Tapajós e tinha o objetivo de levar para o disco artistas ainda sem expressão no circuito convencional, como Zizi Possi, Oswaldo Montenegro e Cláudia Savaget”, diz Hermínio Bello de Carvalho.
A difusão da música brasileira por meio do Pixinguinha não parou por aí. Além de shows, discos e festivais, em 1987 um acordo com a FUNTEVÊ (atual Fundação Roquette Pinto) possibilitou a exibição pela TV Educativa de uma série de três programas sobre artistas e espetáculos do Pixinguinha. Segundo Hermínio, há verdadeiras preciosidades nessas filmagens. “Dois desses especiais ganharam direção de Aloysio de Oliveira e Alcino Diniz. O terceiro foi gravado no Maracanãzinho para celebrar o milésimo show do projeto. Há registros de Jackson do Pandeiro, Radamés Gnattali, Elizeth Cardoso, entre muitos outros”, recorda um dos fundadores do Pixinguinha.