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Projeto Pixinguinha 1979: rock de Marina é novidade na estrada

Ao lado de Luiz Melodia e Zezé Motta, cantora e compositora carioca formou uma das caravanas mais populares da temporada

Marina Lima: uma roqueira no Projeto Pixinguinha

Marina Lima: uma roqueira no Projeto Pixinguinha

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    • Pérola Negra – Luiz Melodia

    • Rita Baiana – Zezé Motta

    • Tão Fácil – Marina Lima

Em 1979, a cantora Marina Lima ainda atendia por Marina. Tinha despontado como compositora no ano anterior, quando Gal Costa gravou Meu Doce Amor, de sua autoria, e desde então fazia shows concorridos na noite carioca. Foi assim, em meio às gravações do LP inaugural de sua carreira (Simples Como Fogo), que chegou ao Projeto Pixinguinha de 1979, como a revelação do espetáculo liderado por Luiz Melodia e Zezé Motta, ambos popularíssimos na segunda metade da década de 70. Realizada em outubro e novembro de 1979, a turnê passou pelo Rio de Janeiro, por São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Brasília. Veja o programa impresso do espetáculo na galeria de imagens ao lado.

Dirigido por Milton Pina, o show era aberto por Magrelinha, de Melodia, que mais adiante cantava músicas como Estácio, Holly Estácio, Juventude Transviada e Pérola Negra – esta última seu primeiro sucesso, em 1971, também lançado por Gal Costa. Depois, vinha Zezé Motta, emprestando seu vozeirão contralto a um repertório eclético que ia de Luís Peixoto (Ai Yoyô, com Henrique Vogeler e Marques Porto) a Rita Lee (Prazer, Zezé, com Roberto de Carvalho), passando pelo maestro John Neschling (Rita Baiana, com Geraldo Carneiro).

Mais conhecida como a Xica da Silva do filme de Cacá Diegues (1976), Zezé foi entrevistada pelo Correio Braziliense durante a estada da caravana na Capital Federal. Na edição de 21 de novembro, a atriz contava ao jornalista Irlam Rocha Lima sobre o início da carreira de cantora: “Xica da Silva venceu o Festival de Brasília e virou sucesso de crítica e bilheteria”, disse Zezé, que já tinha participado do Projeto Pixinguinha em 1978, com Johnny Alf. “E aí as pessoas me perguntavam: E agora, Zezé? Eu dizia: Agora quero cantar.”

De guitarra em punho, a jovem Marina era a terceira atração a entrar no palco, apresentando composições como Rastros de Luz e Tão Fácil, ambas em parceria com seu irmão, o poeta e filósofo Antônio Cícero. Aos 24 anos, a roqueira carioca foi uma das primeiras atrações do Projeto Pixinguinha a vir de fora do universo samba-choro-MPB, marca registrada dos espetáculos em 1977 e 78.

Apesar do sucesso de público (31.598 espectadores, segundo os relatórios da Funarte), o “Pixinguinha rock and roll” causou estranheza em parte da imprensa, como se pode ler na crítica mordaz de Norton F. Correa, publicada em 7 de novembro de 1979, no Correio do Povo, de Porto Alegre: “Não fossem as letras das músicas (em português, vejam só!) e algumas canções interpretadas por Zezé Motta (em ritmo de samba ou samba-canção), a gente poderia concluir que a origem do espetáculo que está em cartaz na reitoria, nesta semana, é os States ou qualquer outro país de formação musical similar.” Veja a crítica do espetáculo na galeria de imagens.

Nem mesmo o visual dos artistas escapa do olhar do crítico gaúcho, que se incomodou com a “fantasia completa de africano” usada por Melodia e com a “malha preta justíssima” de Marina. Já Zezé Motta mereceu elogios pelo “vestido generoso”, “de encher os olhos”.

Clique na galeria de áudios para ouvir Tão Fácil (por Marina), Pérola Negra (por Luiz Melodia) e Rita Baiana (por Luiz Melodia).

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Comentários

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Marcos Ácher

enviado em 25 de agosto de 2011

Parabéns!! Bárbaro!! Adorei ouvir a Marina cantando TÃO FÁCIL!!!! Não tem como colocar outras músicas dela nesse show? Poxa, seria incrível ouvir isso!!! Mais uma vez, parabéns! Adorei!!

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