Djavan, Terezinha de Jesus e Moraes Moreira no Projeto Pixinguinha de 1979

Um espetáculo que “promete quebrar todos os recordes de bilheteria do Teatro Deodoro”. Foi assim que a Gazeta de Alagoas anunciou, em sua edição de 19 de junho de 1979, a chegada da caravana do Projeto Pixinguinha que apresentava o baiano Moraes Moreira, a potiguar Terezinha de Jesus e o alagoano Djavan, “compositor de prestígio seguro dentro da nova música popular brasileira”, que, aos 30 anos, voltava a Maceió “após um longo período de ausência”. Veja a matéria na galeria de imagens ao lado.

Tanto orgulho se justificava, pois Djavan, se ainda não era o Djavan de hoje, já tinha emplacado sambas como Fato Consumado (vice-campeão do Festival Abertura, em 1975) e Flor de Lis (lançada em 1977). Ambos tiveram sucesso instantâneo nos anos 70, premiando o compositor que, segundo o programa impresso do Projeto Pixinguinha, tinha vindo “tentar a sorte no Rio”, onde “trabalhou como crooner em algumas boates”. Outros sucessos apresentados por Djavan eram Capim e Cara de Índio. Veja o programa na galeria de imagens ao lado.

Seu companheiro de espetáculo, Moraes Moreira, já era conhecido nacionalmente na época da turnê, realizada durante os meses de junho e julho de 1979. Apesar de ter se lançado em carreira solo na mesma época de Djavan (1975), o cantor, compositor e guitarrista de Ituaçu (BA) já trazia na bagagem o grande sucesso do conjunto Novos Baianos, no fim dos anos 60, ao lado de Pepeu Gomes, Baby Consuelo, Galvão e outros. Segundo o programa do espetáculo, sua música era influenciada por “sanfoneiros do interior baiano, Roberto Carlos e Dorival Caymmi”.

Completando a caravana 100 por cento nordestina estava a jovem cantora Terezinha de Jesus, potiguar de Florânia, de onde tinha saído em 1978 para participar do Projeto Vitrine, na Sala Funarte (Rio de Janeiro), ao lado de Dori Caymmi. Na época do Projeto Pixinguinha, preparava seu primeiro LP, Vento Nordeste, que teria participações de Paulinho da Viola e Dominguinhos, além de um repertório eclético que seria marca de sua carreira.

Com apresentações concorridas no Rio de Janeiro, em Vitória, Salvador, Maceió e Recife (seu público total, de 21.163 espectadores, foi um dos maiores do ano), o espetáculo dirigido por Sérgio Rocha contou ainda com uma banda de craques, entre os quais estavam Oswaldinho do Acordeom e o saxofonista Marcelo Bernardes.

Clique na galeria de áudios para ouvir Pedaço de Canção (por Moraes Moreira) e o repertório completo de Djavan no espetáculo.