Fafá de Belém e Beto Guedes: sucesso absoluto no Pixinguinha de 78
Dupla recebe o músico Lula Carvalho e bate recorde de público nas cidades por onde passa
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Naturalmente – Fafá de Belém
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Inconveniência – Lula Carvalho
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Avenidas – Lula Carvalho
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Coisas da vida – Lula Carvalho
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Dentro de mim mora um anjo/ Emoriô – Fafá de Belém
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Haragana – Fafá de Belém
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Sedução – Fafá de Belém
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Raça – Fafá de Belém
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A página do relâmpago elétrico – Beto Guedes
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Feira moderna – Beto Guedes
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Nascente – Beto Guedes
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Era 1978, segundo ano do Projeto Pixinguinha, e os shows passavam a atingir, além de capitais do Centro e do Sul, também do Norte e do Nordeste, incluindo nos roteiros de apresentações as cidades de Vitória, Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Fortaleza e Belém. Mantiveram-se as pré-estreias no Rio de Janeiro, o horário consagrado de seis e meia e o preço popular: Cr$ 15. Algumas duplas se apresentavam com convidados especiais, outras lançavam novos nomes. A nona dupla escalada era formada por Fafá de Belém e Beto Guedes, e recebia o jovem cantor Lula Carvalho. Fafá, com menos de três anos de carreira, já era uma cantora exuberante, carismática, de sorriso aberto que, aos 21 anos, lançava o terceiro LP, Banho de Cheiro. Beto, mineiro de Montes Claros, era ligado ao trabalho de Milton Nascimento e havia participado do LP Clube da Esquina. Acabara de assinar contrato com a Odeon e lançar seu primeiro disco, A Página do Relâmpago Elétrico.
Já na estreia, no Dulcina, em 26 de maio, a venda antecipada de ingresso e a ação dos cambistas tumultuaram o show. Desde 14 horas, começou a se formar fila na porta do teatro e, às 18h, a polícia chegou com um camburão, uma patrulha e nove homens fechando as portas da casa da Cinelândia. O tumulto e a enorme procura pelos ingressos prenunciavam o sucesso da dupla que viria a ser a campeã de audiência daquele ano, com 41.661 espectadores.
As apresentações seguiram para São Paulo, de 29 de maio a 2 de junho, no teatro Pixinguinha; em Curitiba, no teatro Guaíra, de 5 a 9 de junho; em Porto Alegre, no Teatro da Reitoria, de 12 a 16 de junho, e em Belo Horizonte, no Teatro Palácio das Artes, de 19 a 23 de junho. Já em São Paulo, os artistas, por uma semana, lotaram os 1.200 lugares do teatro e fizeram mais de três mil pessoas voltarem para casa sem conseguir entrar. Em Porto Alegre, o jornal Zero Hora, de 16 de junho de 1978, contava que durante toda a semana mais de quatro horas antes do espetáculo já havia filas para o show, com um detalhe inédito: pela primeira vez na história do Projeto, eram realizadas sessões extras. “Tem sido realmente uma loucura esse negócio do público, embora eu tenha começado já com um público grande. Não sei por que isso tudo, não tenho explicação. E cada vez mais a loucura aumenta. Em Curitiba, por exemplo, nosso show bateu todos os recordes de lotação da história do Teatro Guaíra. Nem Roberto Carlos conseguiu isso”, dizia Fafá ao periódico.
O espetáculo teve direção de Paulinho Lima que, desde 1969, trabalhava como produtor de discos e shows. Acompanhando os cantores, estavam o grupo formado por Flávio Venturini (teclados), Chiquito Braga (guitarra e violão), Luiz Alves (contrabaixo), Raul Mascarenhas (flauta e sax), Bira da Silva (percussão) e Rubinho (bateria).