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Hamlet, um acontecimento do teatro brasileiro

A montagem de Paschoal Carlos Magno, realizada pelos jovens do Teatro do Estudante, em 1948, estreou no Rio de Janeiro com grande sucesso de crítica e público

O ator Sergio Cardoso

O ator Sergio Cardoso

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Dia 6 de janeiro de 1948, terça-feira. Às 21 horas, estreava no teatro Fênix, no Centro do Rio de Janeiro, Hamlet, de William Shakespeare. Uma encenação do Teatro do Estudante do Brasil, de Paschoal Carlos Magno, com direção de Hoffmann Harnish e tradução de Tristão da Cunha. Telegramas chegavam de atores e dos teatros de estudantes de todas as partes do país, enviando votos de felicidade “à grande arremetida”. Também o famoso “Teatro dos Amadores de Pernambuco”, num telegrama assinado por seu diretor, Valdemar de Oliveira, saudava e desejava ao “Teatro do Estudante” um grande sucesso “ao que será a maior vitória de uma geração”.

Depois da aclamada estreia, os jornais da época vibravam com a encenação brasileira, realizada pelos jovens estudantes, que ensaiaram por sete meses “a mais bela de todas as tragédias shakespeareanas”. Ressaltavam que, além de ser o maior sucesso do “Teatro do Estudante”, foi um dos maiores acontecimentos do teatro brasileiro. Destacou-se também o ator protagonista, Sergio Cardoso, revelado nesta montagem.

“No meio teatral, não se fazia muita fé no Hamlet brasileiro. ‘Logo a mais difícil’, diziam… A verdade é que ninguém poderia esperar que vivesse no Rio um ator da envergadura do Sr. Sergio Cardoso! O espectador mais exigente poderá desejar desse jovem ator maior perfeição no desenrolar da tragédia. Isto fica para quando amadurecer mais. O que deu, basta para ser consagrado. Seu monólogo, Deus seja convosco, convence qualquer descrente do seu talento. Diz bem o texto e sabe caracterizá-lo”, escreveu o crítico José Maria Monteiro, do Correio da Manhã.

Outra crítica da época, ainda mais enfática, destacou que “a estreia seria pretexto para falar deste ou daquele intérprete. Para dizer, por exemplo, que Sergio Cardoso impressionou pelo desempenho excepcional que deu ao papel de Hamlet. Para dizer, ainda, que Maria Fernanda viveu uma sensibilíssima cena de loucura. Para dizer que a sugestão musical esteve felicíssima. Para dizer que por detrás dessas razões poderosas, estava a figura empreendedora e idealista de Paschoal Carlos Magno, o criador desse movimento e o seu animador número um. Mas, para que falar dessas pessoas, separando-as, fragmentando-as a elas e aos fatos, se o acontecimento em si, mesmo que arrastasse esse ou aquele defeito, foi um acontecimento tão grande e fundamental para a nossa cultura que é ele, na sua totalidade, que devemos louvar. Hamlet na versão e interpretação brasileira é uma grande conquista do Brasil”.

Em 13 de fevereiro, tão grande o sucesso, Hamlet voltou ao palco do Fênix, para mais uma temporada, ficando para sempre na história do teatro do país.  Em cena, pela ordem da entrada no palco, estavam Carlos Alfredo, José, Valluzi, T. Zanotta, Sergio Brito, Elisio de Albuquerque, Sergio Cardoso (Hamlet), Ary Palmeiras, Antonio Ventura, Luis Linhares, Maria Fernanda Meireles Correia Dias (Ofelia), Carolina Sotto Mayor (Rainha), Sergio de Albuquerque e Silva, Pedro Henrique, Carlos Couto, Nilson Penna, Irmgard Muller, João da Mata, Tarquinio Lopes, Wilson Ribalto, Ambrosio Fregolente, Pernambuco de Oliveira, Wilson Rodrigues, Carlos Augusto, Paulo Vieira, Walter de Almeida, Walter Gonçalves, José Zanotta, Ubirajara Azevedo, Paula Lima, Ana Maria, Lais Peres, Daisy Del Negri, Alexandre Fontela, José Gonzalez, Alfredo Nunes eHelio Jones.

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