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A barra começa a pesar

Vianninha, Paulo Pontes e Armando Costa desligam-se do Opinião e se unem a Gianni Ratto e a Sergio Fadel para formarem o Teatro do Autor Brasileiro (TAB). Estrearam com um musical, a revista Dura Lex Sed Lex, no Cabelo só Gumex, que Vianninha escreveria em colaboração com Armando Costa e Paulo Pontes. O espetáculo não teve sucesso e o TAB fechou suas portas com dívidas no início de 1968.

Os teatros do eixo Rio-São Paulo entraram em greve de protesto por três dias. Artistas e intelectuais ocuparam as escadarias do Municipal carioca para denunciar o terrorismo cultural. Vianninha abriu uma faixa com os dizeres “Teatro brasileiro em greve contra a censura, pela cultura”, improvisando comícios-relâmpago. Um crítico ferrenho seu comparece, surpreendendo a todos: Nelson Rodrigues. Acontece a Passeata dos Cem Mil e a dissolução do Congresso da UNE, com a prisão de 700 estudantes. Vianna Filho escreveria, em meados desse ano, Papa Highirte, vencendo o Concurso Nacional de Dramaturgia do SNT. Mas sua encenação foi proibida pela Censura, assim como a sua publicação, permanecendo 11 anos em silêncio.

Em dezembro de 1968 é editado o AI-5 e, a partir de 1969, a Lei de Segurança Nacional incluiria o banimento e até a pena de morte no país, com censura prévia nos jornais e nas revistas. Para Vianninha, a situação se tornara cada vez mais sufocante. Paulo Pontes decide então levá-lo para a TV Tupi, onde Bibi Ferreira apresentava o programa semanal Bibi – Série Especial, numa época de muito preconceito – entre os intelectuais – contra a televisão.

Foi nesse clima que ele escreveria, para o teatro, A Longa Noite de Cristal, conquistando o Prêmio Coroa como melhor texto de 1969. No ano seguinte, depois de estrear em São Paulo sob a direção de Celso Nunes, a peça conquista o Prêmio Molière em duas categorias: melhor autor e melhor diretor. Ainda em 1969, Vianninha – inspirado em scripts de seus pais para o rádio – escreveria Brasil e Cia., com os parceiros Armando Costa, Ferreira Gullar e Paulo Pontes.

Em 1970 casa-se com Maria Lúcia Marins. Atua ao lado de Glauce Rocha no filme Um Homem sem Importância, de Alberto Salvá, e escreve Corpo a Corpo, encenada no ano seguinte por Celso Nunes. Nesse mesmo ano, era escrita e encenada a sua peça Em Família, dirigida por Sérgio Brito. Posteriormente, o texto seria transformado pelo autor em roteiro de filme, dirigido por Paulo Porto e merecedor da Medalha de Prata no Festival Internacional de Moscou (1971). O mesmo texto, reescrito em 1972 por Vianninha, teve seu título mudado para Nossa Vida em Família. Nesse ano, há dois acontecimentos marcantes na vida do artista: a alegria pelo nascimento do segundo filho, Pedro Ivo e a tristeza pelo falecimento de seu querido pai, Oduvaldo Vianna. Além disso, perderia o emprego na TV Tupi e, em contrapartida, teria uma nova peça encenada sob a direção de José Renato: Allegro Desbundaccio.

Convidado a trabalhar na TV Globo, passaria a sofrer pressões das “patrulhas ideológicas”, que consideravam que o artista capitulara diante das tentações do sistema. Mas Vianninha responde: “Recusar-se a trabalhar em televisão em pleno século XX é, no mínimo, burrice”. Vianninha começa, então, a fazer adaptações de obras clássicas para telepeças, no programa Casos Especiais, da Globo: Medéia, Noites brancas, A Dama das Camélias (com Gilberto Braga), Mirandolina, Ano novo, Vida Nova, As Aventuras de uma Garrafa de Champanhe (com Domingos Oliveira), além de adaptar um texto de sua autoria, O Matador.

A Grande Família seria lançado em 1973, na mesma emissora, em forma de seriado. Baseado em uma sitcom americana, Vianninha escrevia os textos com Armando Costa e o programa tinha a direção de Paulo Afonso Grisolli. O diretor considera Vianninha como um dos que mais contribuíram para introduzir um conceito de dramaturgia brasileira na televisão.

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