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“Zefa entre os homens”: coronéis usam a fé para explorar o povo

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Após assistir à peça Zefa entre os homens, o crítico Almir Azevedo elogiou o cenário e o figurino do espetáculo, na edição do jornal A Noite de 7 de novembro de 1962: “Há muita autenticidade no cenário de Anísio Medeiros. Já vi locais muito semelhantes no interior da Bahia, inclusive quanto à extravagância da pintura. Um bom trabalho”, escreveu.

No Cedoc da Funarte, estão guardados os desenhos originais do cenário do bar de Zefa, onde as principais cenas da peça se desenrolam. São desenhos e anotações feitas pelo cenógrafo Anísio Medeiros, que também assinou o figurino dessa montagem.

Entretanto, pela ousadia da peça, houve também críticas. Almir Azevedo escreveu, ainda no jornal A Noite, que “o espetáculo que a Companhia Nicete Bruno e Paulo Goulart está apresentando, no Teatro Nacional de Comédia, é antes de tudo impróprio para famílias. Isso porque, pretendendo dar mais realidade ao linguajar dos seus personagens, o autor de Zefa entre os homens utilizou palavras das mais obscenas”. De uma forma geral, a crítica considerou a peça “inconveniente”.

Um boteco de beira de estrada no interior de Alagoas, uma santa e um crime. Essa descrição é parte do enredo da peça Zefa entre os homens, que estreou dia 30 de outubro de 1962, no Rio de Janeiro. Com Paulo Goulart e Nicete Bruno no elenco e direção de Ziembinsk, o espetáculo baseado na obra de Henrique Pongetti foi montado no então Teatro Nacional de Comédia, onde hoje funciona o Teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio, da Funarte.

A trama se desenrola em torno do roubo de uma santa em meio a uma procissão. Oito personagens protagonizam o conflito, que é uma denúncia social ambientada no sertão nordestino. No enredo, religião, política e poder se misturam com a manipulação de dois coronéis em torno da imagem que traria a promessa de chuva.

A santa é roubada, durante a procissão, por dois capangas mandados por um dos coronéis, e levada para onde ninguém imaginaria: o bar de Zefa, uma ex-prostituta, interpretada nessa montagem por Nicete Bruno. Lá a imagem começa a crescer e a ficar pesada, o que é entendido pelos ladrões como um desejo da santa de permanecer no bar, que, por causa disso, passa de lugar do pecado a santuário.

Ao descobrir sobre o roubo da santa, o povo se revolta contra os coronéis e o castigo vem com o duplo assassinato: os dois coronéis matam-se mutuamente depois de discutirem sobre o poder e confessarem assim seus pecados diante do povo.

Por Yasmine Saboya
Revisão de Pedro Paulo Malta e Maria Cristina Martins

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