Um tesouro dos bastidores teatrais
Maquete que é réplica de uma caixa cênica italiana é destaque no acervo do CTAC
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Como em uma caixa mágica, a caixa cênica de um teatro é repleta de segredos que se escondem entre suas paredes. Por trás dos encantos apresentados ao público, técnicas sutis são responsáveis por dar às artes cênicas toques de magia. No teatro, é nas coxias que acontece o vaievem do elenco e, nos urdimentos (a parte superior da caixa que sustenta a maquinaria), o sobe e desce de cenários e a mudança na iluminação.
Para demonstrar como ocorre a técnica dos bastidores teatrais e dar suporte a estudantes e profissionais de cenografia, iluminação e arquitetura, o Centro Técnico de Artes Cênicas (CTAC) da Funarte criou, em 1987, uma maquete de um teatro com palco italiano perfeito, com bambolinas, pernas cenográficas, rotunda, ciclorama, mobiliário, varas de luz e cenário, e até pisos desmontáveis. Ali, não há o espaço da plateia, mas equivale a um teatro para entre 600 e 1.000 pessoas. “Com as técnicas realizadas nos bastidores, manipulamos o cenário e a luz e, em apenas dois segundos de blackout, podemos mudar totalmente uma cena”, conta Robson Jorge Gonçalves, arquiteto, idealizador da maquete e Coordenador de Restauração do CTAC.
Conhecedor das técnicas dos bastidores, Robson discorre com intimidade sobre os elementos teatrais em suas consultorias: “O espaçoà frente da cortina é o proscênio, que possui dupla utilização no palco. É de onde se fala com o público sem mostrar o cenário e pode ser também fosso de orquestra. A parte debaixo do palco chama-se porão, é um recurso importante, fundamental para entradas e saídas-surpresas de cena. Já o urdimento deve ter uma vez e meia o espaço visto pelo público e é o responsável por apoiar as varas de cenário e luz, que descem e sobem por contra pesos, com facilidade e rapidez”.
Criada em um encontro entre arquitetos, cenógrafos e cenotécnicos, a maquete foi idealizada em uma semana e construída em três, com escala de 1 para 10. Trata-se de um tesouro de uma área que pouco aparece, mas que é justamente de onde saem as luzes dos holofotes.