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O Teatro de Pernambuco de Oliveira

Cenógrafo realizou cerca de 250 trabalhos para os palcos ao lado de artistas como Dulcina de Moraes, Procópio Ferreira, Eva Todor e Fernanda Montenegro

Maquete da última montagem da peça “A Revolta dos Brinquedos”, com texto e cenografia de Pernambuco de Oliveira

Maquete da última montagem da peça “A Revolta dos Brinquedos”, com texto e cenografia de Pernambuco de Oliveira

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“Cenário não é um quadro, nem mera decoração. É muito mais. É um misto de pintura e arquitetura e até de uma música que cria a atmosfera dramática do que nasce nas entrelinhas dos textos – sem o que não fará Cenografia, essa maravilhosa ilusão de uma realidade que durará apenas um instante”. Com estas palavras, Pernambuco de Oliveira encerra o texto que escreveu para a exposição em homenagem aos seus 35 anos de carreira, quando apresentou ao público mais de 600 fotografias, 600 croquis e dez maquetes, na Galeria Funarte, Rodrigo M. Franco, no Rio de Janeiro, em agosto de 1980.

Apaixonado por teatro, admirador especialmente do aspecto plástico dos palcos, Pernambuco estudou desenho e pintura até, certa vez, ser levado por um amigo ao Theatro Municipal, quando conhece Edward Loëffler– cenógrafo da ópera de Berlim que no Brasil trabalhava para o Theatro Municipal e o Cassino Copacabana – e passa a fazer suas primeiras assistências em cenografia. “Comecei estudando com esse homem. Aprendi com ele desde varrer o chão de uma sala de cenografia, até o acabamento de um croqui, projeto, estudo de peça, pesquisa de material, clima psicológico, relacionamento com o diretor e tudo o mais. Mas ainda nesse tempo, eu estava meramente em fase de estudo, não via como poderia realizar alguma coisa. Somente se ele me desse uma oportunidade”, contou Pernambuco em depoimento para o Serviço Nacional de Teatro.

Sua estreia, assinando um trabalho em cenografia, foi com o Balé da Juventude, uma montagem de Newton Rodrigues (irmão do dramaturgo Nelson Rodrigues), de Valsa das Esquinas, e coreografia de Igor Schewezof. Nos primeiros anos de carreira, Pernambuco trabalha ainda com a Cooperativa de Espetáculos Novos de Arte (C.E.N.A.), em peças como Vestir os Nus, de Luigi Pirandello, dirigido por Adacto Filho.

Entretanto, foi com o Teatro do Estudante que Pernambuco ganha destaque, a partir de 1947. Ilustrador da revista Dom Casmurro, de Brício de Abreu, ele é apresentado a Paschoal Carlos Magno, que se encanta por seus desenhos e o seleciona para assumir a cenografia do grupo. Em seguida, realizam Hamlet, com um sucesso brutal. “Vale a pena registrar que, somadas todas as virtudes de Pernambuco como criador, destaca-se a de cenógrafo, dos mais importantes que o Brasil possui. É dos que dão ao espaço cênico uma personalidade própria”, registrou o encenador.

Pernambuco esteve ao lado do Teatro do Estudante em diversas montagens, até que Bibi Ferreira o convida para ser o responsável pela cenografia, pelo figurino e pela manutenção de seus espetáculos. Foram quatro anos de viagens e de trabalho nos mais diferentes gêneros teatrais. Até 1976, em Pequenos Assassinos, Pernambuco realiza cerca de 250 cenários para o teatro, em montagens de artistas como Pedro Veiga, Alda Garrido, Maria Jacintha, Renata Fronzi, HenrietteMorineau, Dercy Gonçalves, Procópio Ferreira, Jayme Costa, Eva Todor, Sergio Britto, Dulcina de Moraes, Carlos Machado, Cacilda Becker, Tereza Rachel, Fernando Torres, Fernanda Montenegro, entre tantos outros.

A história de Pernambuco se entrelaça com a do teatro brasileiro também quando escreve peças infantis (Amanhã Eu Vou, A Revolta dos Brinquedos e Que-Pê-Co-Poi-Sa-Pá), assume a direção de espetáculos (Lázaro), inaugura o teatro Princesa Isabel, no Rio de Janeiro, ao lado de Orlando Miranda e Pedro Veiga, ou quando contribui para fazer da Universidade do Rio de Janeiro (UniRio) um verdadeiro Centro de Artes. Em cenografia, ainda é pioneiro na televisão, quando montava dez programas ao vivo por dia, em uma sala de 20 por 20 e menos e 4 metros de altura, com uma sólida coluna no meio, na TV Tupi.  Mas aí já são outras cenas da vida de Pernambuco.

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