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Biografia de Oswaldo Louzada

Ator tentou ser iluminador, mas a interpretação falou mais alto

Oswaldo Louzada. Foto: Halfeld, Rio de Janeiro. Cedoc-Funarte

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Nasce no Rio de Janeiro em 12 de abril de 1912, e passa a infância no centro da cidade entre escaladas ao Morro de Santo Antônio e jogos de bola de meia na Praça Tiradentes. Mora com a família em anexo das instalações do Teatro Recreio, onde seu pai, o engenheiro-eletricista Guilherme, o Cadete, é iluminador. Cedo entra em contato com o repertório de peças e operetas. Sua primeira incursão no palco dá-se no vaudeville Meia-noite e Trinta, no Teatro S. José, mas deve seu aprendizado no ofício a Eugênia e a Álvaro Moreyra, criadores do Teatro de Brinquedo.

Pensa em seguir a profissão paterna, e matricula-se em curso de iluminação – uma ideia que não vai adiante. Sua estreia pra valer acontece em 1930 na Companhia Belmira, de Almeida-Odilon, na qual trabalha seu irmão, o ator Armando Louzada. Aos 18 anos é convidado por Joracy Camargo para integrar o elenco de Cortesão e companhia, e arranca gargalhadas ao contracenar com Dulcina de Moraes. Na Praça Tiradentes, joga “peladas” com um time de futuras celebridades: Mário Lago, Custódio Mesquita, Paulo Gracindo e Walter Pinto, integrantes do Clube dos Boêmios, com direito à mesa cativa no Cabaré Assyrius.

A convite de Pepe Roulien, entra para a companhia de teatro da italiana Fátima Nides, em que faz de tudo um pouco, e segue para a Europa. De regresso ao Brasil, em 1934, passa um período longe do teatro. Volta a atuar na peça Iaiá Boneca, de Eduardo Fornari, com Iracema de Alencar e Vanda Lacerda no elenco. De novo em turnê pela Argentina, trabalha com Enrique Discépolo, o compositor preferido de Carlos Gardel. Durante a Segunda Guerra Mundial, excursiona pela Europa por dez meses, com o navio sempre às escuras para não ser torpedeado.

No cinema, aparece em várias produções da Cinédia, entre as quais Alô, Alô Carnaval, de Ademar Gonzaga, de 1936. Na Atlântida Cinematográfica, participa do primeiro grande sucesso de bilheteria da produtora: Moleque Tião, de José Carlos Burle (1943), com Grande Otelo no papel-título.

Em 1952 faz par romântico com Fernanda Montenegro em Está lá Fora um Inspetor, de J. B. Priestley, no Teatro Serrador, sob a direção de João Villaret . Em 1955, ao rodar Mãos Sangrentas com Carlos Hugo Christensen, é premiado pela Associação de Críticos Cinematográficos como o melhor ator do ano. Estreia na televisão em 1956 pelas mãos de Jacy Campos, no programa Câmera Um, na TV Tupi. Participa de teleteatros na TV Continental e na TV Rio.

Em 1958 recebe prêmio da Associação de Críticos Paulistas por sua atuação em A Alma Boa de Setsuan, de Bertold Brecht, dirgido por Flamínio Bolloni. Em 1959, segue outra vez para a Europa com a Companhia Maria Della Costa, que conquista com Gimba, de Gianfrancesco Guarnieri, direção de Flávio Rangel, prestígio internacional no Grande Festival das Nações, no Teatro Sarah Bernhardt, em Paris. Em 1973 conquista o Prêmio Molière por seu personagem Carrapato, em Botequim, de Gianfrancesco Guarnieri, peça estrelada por Marlene.

Entra para a TV Globo em 1975, na novela Escalada, e permanece no elenco da emissora até hoje. Participa das novelas Cabocla, Locomotivas, Brilhante e Mulheres Apaixonadas ; nesta última, tem comovente desempenho ao lado da atriz Carmen Silva. Em 1998 recebe a Medalha do Mérito Pedro Ernesto, por iniciativa do vereador e ator Antonio Pitanga. Enquanto aguarda escalação da televisão, Louzadinha, como é conhecido no meio artístico, é visto com facilidade pelas ruas de Copacabana, bairro em que reside com a irmã Dulce, e onde é muito querido por todos.

Nota da redação: Oswaldo Louzada morreu no dia 22/02/2008, aos 95 anos, no Rio de Janeiro.

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Sobre o Autor, Christine Junqueira

Christine Junqueira é pesquisadora teatral e Doutora em Teatro pela UNIRIO. Texto escrito em 2006.

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